Além da sobrevivência
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5 de fevereiro de 2024Considerada por muito tempo uma atividade familiar e tradicional, a suinocultura evoluiu por décadas com base na experiência de suinocultores corajosos que confiaram na mescla de instinto e observação para obter resultados e produzir a proteína mais consumida do mundo.
Entretanto, com o aumento da demanda mundial por alimento, a dieta basal dos suínos – milho e soja – deixou de ser “abundante e acessível” atingindo o status de commodity e com isso, impactando significativamente a busca por maior eficiência.
Ao mesmo tempo, a disponibilidade de mão de obra para a granja está se reduzindo rapidamente. Os jovens lidam bem com tablets e, se devidamente treinados, com o gerenciamento e monitoramento de atividades complexas, mas não se sentem confortáveis com o manejo direto dos suínos, assim como com tarefas repetitivas como a alimentação dos mesmos.
Tais mudanças poderiam significar o fim da atividade, mas ao invés de contrair, a suinocultura está evoluindo rapidamente para um perfil industrial de alta performance valendo-se do uso intensivo de tecnologia.
Para citar um exemplo, sistemas sofisticados de alimentação líquida automática controlados por tablet com sensores online, inteligência artificial e disponibilidade de informações gerenciais valiosas na nuvem já são realidade e viáveis para o suinocultor. Essas inovações são desenvolvidas e fornecidas com tecnologia 100% nacional, facilitando não somente a implementação e manutenção, como trazendo para a realidade brasileira o investimento e atualização do ambiente de produção.
A substituição da matéria prima é outro ponto de atenção na suinocultura. Segundo o índice ICP-Suíno da Embrapa correspondeu a 72,98% do custo total de produção em Julho/17, ótimos resultados são observados com o uso de soro de leite e outros coprodutos da indústria de laticínios, o aproveitamento de verduras e legumes dos grandes centros de distribuição, uso de residuais da indústria cervejeira ou excedentes da indústria humana de alimentos com alto valor nutricional substituindo percentuais expressivos da dieta basal.
Essa expertise de substituição de milho e soja por produtos de alto valor nutricional e baixo custo financeiro é especialmente importante porque a cada 2% de substituição por coprodutos, estima-se ganho líquido adicional de 1% por Kg de carne suína produzida.
O concílio de alta tecnologia com uso de coprodutos é uma tendência bem estabelecida que ao mesmo tempo otimiza a mão de obra da granja, auxilia no bem-estar animal, favorece a natureza e torna rentável e competitiva a suinocultura nacional.
Tais avanços são imprescindíveis em um momento de transição do atendimento exclusivo do mercado doméstico para a distribuição na cadeia mundial, cujo aumento já é de 8,7% para 2017 em relação a 2016.
Como em qualquer atividade industrial, o suinocultor brasileiro só manterá ou ampliará sua rentabilidade contando com tecnologias avançadas de manejo e gestão. Entretanto, considerado o impacto financeiro da alimentação nessa atividade, é importante que tais tecnologias estejam alinhadas com o uso criativo de alimento alternativo.
O futuro está associado à evolução tecnológica. Tão natural quanto aceitar este fato, é compreender que a demanda por mais tecnologia e o uso dos recursos que já estão disponíveis nos assegura que “sim, o futuro é agora”.
Na i92L, não só olhamos para o futuro; nós o criamos.
REFERÊNCIAS
www.portalr2s.com.br/?p=1242 sfagro.uol.com.br/carne-suina-exportacoes-brasileiras-crescem-87-em-2017/
FONTE